segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Boletim Informativo da Uva

A produção da fruta poderá ser direcionada para o consumo in natura ou para a fabricação de sucos e vinhos
Texto João Mathias
Não é todo mundo que sabe que as uvas consumidas in natura nem sempre são as mesmas utilizadas na fabricação de vinho. O que significa que é preciso ter certeza de qual frente se quer explorar antes de se eleger uma variedade para o plantio.

A rústica videira, que pertence à família Vitaceae, conta com diversas espécies. Uma das mais destacadas é a Vitis vinifera, oriunda da Europa e que produz variedades majoritariamente voltadas para a fabricação de vinhos finos (como, por exemplo, a variedade cabernet sauvignon). Muitas dessas cultivares não se prestam ao consumo direto, mas há honrosas exceções, como a uva do tipo itália.

Outra espécie bastante difundida é a Vitis labrusca, originária da América do Norte, e por isso conhecida como uva americana. Suas variedades são mais adequadas para servir como porta-enxerto ou para produzir frutas de mesa (como a niágara rosada), sucos ou mesmo vinhos mais populares (como a isabel).

As uvas possuem diversas propriedades benéficas à saúde. Elas protegem o sistema circulatório e o coração; têm propriedades antioxidantes, o que significa que impedem a ação de radicais livres no organismo; apresentam características antiinflamatórias; inibem a aglomeração das plaquetas sangüíneas, reduzindo os riscos de ocorrência de infartos e derrames; além de impedir alguns processos desencadeadores do câncer. A fruta ainda é boa fonte de vitamina C e do complexo B, rica em minerais como magnésio, enxofre, ferro, cálcio e fósforo.

O melhor desenvolvimento da videira ocorre em regiões de clima mediterrâneo. Apesar disso, adapta-se a diferentes condições climáticas. A planta prefere temperaturas entre 15 e 30 graus, faixa que influencia o processo de fotossíntese, a produtividade e a duração dos dias entre floração e colheita, período que deve contar com muita luminosidade. Com exceção dos encharcados, a videira vai bem em qualquer tipo de solo.

Por ser trepadeira, a cultura precisa de suporte para a sustentação dos ramos. A latada ou pérgola é formada por malhas suspensas a cerca de dois metros do chão. As plantas são, assim, conduzidas na horizontal, o que permite um melhor desenvolvimento e maior produção. O sistema mais utilizado para produção de uvas para vinhos finos é a espaldeira.

Nesse caso, a videira é conduzida na vertical, em armações formadas por postes, com dois ou mais fios de arame, numa estrutura de uma cerca.

A enxertia é a prática comum de plantio para as cultivares de Vitis vinifera e para os plantios comerciais das variedades de Vitis labrusca. As variedades utilizadas como porta-enxertos são mais precoces e apresentam um maior vigor e resistência a pragas de solo.


 Fonte: Globo Rural